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Câmara e Ageas garantem futuro do Coliseu Porto com investimento de 6 milhões

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Câmara do Porto, seguradora Ageas e Direção do Coliseu Porto, com aprovação da Área Metropolitana do Porto e do Governo, encontraram a solução para garantir o futuro da grandiosa sala de espetáculos, que está dependente de obras orçadas em 6 milhões de euros. 

A fórmula, anunciada hoje em conferência de imprensa após o acordo alcançado, consiste no trespasse da missão do Coliseu para a titularidade da autarquia. Na prática, é como o Município alugar o Coliseu, podendo então assumir as obras, o que está impedido de fazer por razões legais no enquadramento presente.

Se a assembleia geral da Associação dos Amigos do Coliseu do Porto aprovar a solução, na reunião extraordinária marcada para as 18 horas de 9 de abril, será assinado um contrato que coloca assim na autarquia a titularidade das obras, mantendo-se a associação como proprietária do imóvel e continuando a gestão a ser autónoma.

Esse é mesmo o único ponto decisivo para que o processo avance, dado que o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, garantira já em novembro - na inauguração comemorativa da exposição dos 75 anos do Coliseu Porto - que seria encontrada uma solução.

Daí Rui Moreira ter hoje sublinhado o momento crucial que se vive para o futuro da sala, completamente dependente de investimento público, assegurando porém que se trata de um investimento "que a Câmara do Porto quer fazer e que a Câmara do Porto pode fazer".

No entanto, há que envolver o investimento privado e garantir que se trata de um processo sustentável. Por isso, além da Câmara, da direção presidida por Eduardo Paz Barroso, da Secretaria de Estado da Cultura e da Área Metropolitana do Porto, que também está legalmente impedida de investir na sala de espetáculos, este desenho para o futuro do Coliseu Porto envolveu a seguradora Ageas, membro de referência da Associação dos Amigos e ligada ao próprio nascimento do equipamento, já que é a herdeira do nome da seguradora Garantia e da Axa que se lhe seguiu.

Aliás, Paz Barroso revelou que a Ageas está disposta a investir até 1.8 milhões de euros em seis anos, à média de 300 mil euros anuais. Isto porque está "profundamente empenhada em que o Coliseu continue a ser uma referência na cultura nacional e um símbolo de orgulho para a população do Porto", conforme declarou o presidente-executivo da Ageas, Steven Braekeveldt, acrescentando que "entendemos a cultura como uma das marcas identitárias de um país".

Ageas e Câmara do Porto estão, assim, preparadas para a realização das obras e, se a assembleia geral o confirmar, "este é o caminho mais válido" na opinião de Rui Moreira, que admitiu ser possível vir a complementar o investimento com o recurso a outros financiamentos, inclusive candidaturas a fundos comunitários.