Sociedade

Câmara aprova nova estratégia para a limpeza e recolha de resíduos urbanos

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Miguel Nogueira

Só a CDU votou
contra a proposta de acabar com as concessões na recolha de resíduos urbanos e
criar um novo sistema que passa pela constituição de uma empresa municipal que vai
operar em toda a cidade. Rui Moreira acusou os comunistas de apenas quererem
transparência naquilo que não controlam e de serem contra o municipalismo.


A nova
solução foi desenvolvida após ano e meio de estudos que a autarquia efetuou com
a FEUP - Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e foi apresentada ao
executivo esta manhã, pelo vereador da Inovação e Ambiente, Filipe Araújo.


Atualmente,
a varredura, a recolha de indiferenciados e de reciclados estão concessionados
a duas empresas privadas em 50% da cidade. A restante malha urbana é operada
pela autarquia.


No novo
modelo, toda a cidade será servida pelos mesmos princípios, ou seja, prestação
de serviço quanto a varredura e recolha de indiferenciados e serão os serviços
da própria autarquia a recolherem os recicláveis em toda a cidade.


Com este
novo sistema, a Câmara do Porto pretende ser uma referência nacional e
internacional em termos de sustentabilidade nos resíduos, limpeza urbana e na
reciclagem. Filipe Araújo, o vereador responsável pela Inovação e Ambiente,
acredita que existe um "potencial de crescimento de reciclável, dado que
mais de 70% do indiferenciado é potencialmente reciclável."


Por outro
lado, o Porto vai, com as alterações que se preparam, diminuir a "pegada
ecológica" da cidade, nomeadamente através da utilização de frotas mais
sustentáveis e através de um sistema tecnológico de monitorização e
operacionalização.


Em
preparação está também a criação de uma empresa municipal para o ambiente. A
criação desta nova estrutura trará ganhos de eficiência de recursos e poderá
impulsionar uma maior libertação de pessoas para incorporar outras divisões da
Câmara.


RUI MOREIRA
ACUSA CDU


A Câmara
espera, com esta mudança de paradigma na recolha e limpeza urbana, não apenas
aumentar a eficiência e limpeza da cidade, mas também operar uma diminuição de
custos com a Recolha e Limpeza Urbana em mais de 10%.


O novo
sistema implica uma forte aposta na formação dos colaboradores, realocando
alguns deles noutros serviços da Câmara do Porto, por forma a melhorar a qualidade
prestada ao cidadão em ações como a poda de árvores, serviços em jardins e
parques.


Apesar
disso, a CDU criticou duramente a soluções, opondo-se à criação de uma empresa
municipal. Mas, Rui Moreira respondeu ao vereador Pedro Carvalho, acusando os
comunistas de quererem empresas públicas centralistas e sem escrutínio, mas de
se oporem ao municipalismo.


"As empresas
municipais são escrutinadas, são transparentes, são do Estado e, no Porto, não
têm dívidas", lembrou o presidente da Câmara, adiantando "os senhores só querem
transparência naquilo que não controlam e gostavam de voltar a encher a Câmara
do Porto de camaradas, como fizeram no passado. Mas não vai ser esse o modelo
que vai ser seguido".


O PS, pela
voz de Manuel Pizarro, elogiou as soluções apresentadas pelo independente
Filipe Araújo e o PSD votou favoravelmente a proposta, que incluía a intenção
de criar a empresa. Tal pormenor acabou por ser retirado do texto, por se ter
concluído que não era necessário que fosse aprovado em reunião de Câmara, tendo
o resto da proposta sido aprovada com 12 votos a favor e um contra (CDU).




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