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Câmara avisou o Governo há um ano sobre obras no Alexandre Herculano apontando erro nos fundos

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Em março de 2016, a Câmara do Porto escreveu uma carta ao Ministro da Educação, lembrando que a inscrição da verba de 6 milhões de euros prevista no quadro comunitário de apoio estava errada, já que a autarquia não tinha assinado qualquer delegação de competências. A revelação foi feita hoje, em reunião pública de Câmara, por Rui Moreira.

O autarca, que leu uma declaração sobre o assunto, revelou outros documentos sobre o assunto, que demonstram que a Câmara do Porto nem sequer foi alguma vez ouvida sobre a inscrição dessa obra. Para Rui Moreira, este é mais um caso de tentativa de "rapto" de fundos comunitários, lembrando as suas palavras no início de 2014, quando o Quadro Comunitário "Portugal 2020" começou a ser definido.


"Quando o estado central inscreve no
quadro comunitário verbas que deveriam servir para diminuir assimetrias na
competitividade das regiões a projectos nacionais, como é o caso da
requalificação do seu parque escolar, então essas verbas não estão a ser
aplicadas nas regiões, mas aliviar o Orçamento no Terreiro do Paço. É, por
assim dizer, um rapto de fundos comunitários. Um truque, a que chamei 'spill
over ao contrário'.", afirmou Rui Moreira.

Sobre as obras na escola, disse não entender porque razão o Ministério da Educação, mesmo sem avançar com o projeto de reabilitação que orça os trabalhos em 15,6 milhões de euros, não tivesse feito a normal manutenção preventiva. E disse também que tem mantido conversações "ao mais alto nível", com o Governo, para resolver o problema, afirmando, contudo, que sem delegação de competências que transfira recursos, a Câmara do Porto não aceita ser dona de obras que pertencem ao Estado.

A esse propósito, o autarca lembrou as competências da autarquia em matéria de educação: "Em matéria de educação, a Câmara do
Porto tem a responsabilidade de manter e gerir os edifícios das escolas do
ensino pré-escolar e primeiro ciclo do ensino básico. Um total de 44 do
pré-escolar e 49 escolas básicas, nas quais não se inclui o Liceu Alexandre
Herculano. 
Estas competências nas quase 100
escolas do pré-escolar e primeiro ciclo do ensino básico, só por si,
representam um pesado encargo que o Município tem assumido plenamente, como se
comprova pelo investimento crescente, que quadruplicou nos últimos três anos e
que em 2016 se cifrou em 4 milhões de euros, em grande reabilitação e em
manutenção preventiva.", explicou.