Urbanismo

Bairro Rainha Dona Leonor já tem andar-modelo e em breve recebe os moradores

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O regresso das famílias que vão habitar o melhor bairro municipal do país, o primeiro a obter a classificação energética A+, está muito próximo de se tornar realidade. O projeto de regeneração não custou nada à Câmara do Porto e foi totalmente assumido por privados, que ainda asseguram a construção de mais casas para habitação social.

O melhor bairro municipal do país, o primeiro a obter a classificação energética A+, estará pronto dentro de alguns meses.

No anterior mandato autárquico, o Executivo de Rui Moreira lançou um concurso alicerçado num modelo virtuoso pela fórmula como granjeou investimento privado. Com a salvaguarda inicial de que toda a reconstrução do Bairro Rainha Dona Leonor era prioritária e tinha de ser totalmente paga por quem ganhasse o projeto, o Município dividiu o terreno em dois, subiu ligeiramente o índice de construção (equiparando-o ao de outros terrenos na zona, em consonância com o definido no PDM - Plano Diretor Municipal) e autorizou o privado vencedor do concurso a usar parte do terreno para construir habitação para venda. 

Visto que as torres não eram recuperáveis, avançou-se para a sua demolição, seguida da total (re)construção do Bairro, que está praticamente concluída.

Apenas quando todos os inquilinos municipais estiverem alojados nas suas novas e exemplares habitações sociais, o que deverá acontecer até ao final do ano, será possível ao promotor privado avançar com a construção das outras casas e sua colocação à venda no mercado. Do acordo firmado entre a autarquia e o consórcio vencedor resultou ainda o compromisso da edificação de mais 20 apartamentos com rendas sociais.

Desse modo, atualizou-se o número de fogos do Bairro Rainha Dona Leonor para 70, distribuídos por dois edifícios.

A reação dos moradores tem sido "muito positiva", pois "logo que o projeto foi apresentado as pessoas ficaram muito satisfeitas. E depois temos um promotor que vive aqui ao lado, que conhece as pessoas, que vem cá quase todos os dias, que atende aos pedidos que são feitos. E, quando assim é, as coisas correm bem", afirmou hoje Rui Moreira, durante a apresentação do andar-modelo.

"Para que este negócio seja possível - porque isto é um negócio da Câmara - é sempre preciso que a parte que pode ser cedida ao privado tenha um valor comercial que compensa a construção de habitação social. E isso tem de ser visto caso a caso, pontualmente. Também tem de ser visto em termos daquilo que é o PDM. A minha opinião sobre o PDM é que nalgumas zonas da cidade se deve aumentar a densidade. Se fizermos esse aumento de densidade, naturalmente que transformamos zonas menos apetecíveis em zonas mais apetecíveis", explicou o presidente da Câmara do Porto. 

O modelo adotado permite manter todos os moradores no local, proporcionando-lhes habitação de excelente qualidade, com renda social, e a custo zero para o Município. Mais ainda: com a garantia de que os futuros residentes vão contribuir para a densificação desta zona da cidade, em harmonia com os habitantes do Bairro.

"Este modelo não é replicável em todo o lado; ele só é possível em zonas da cidade que tenham valor comercial óbvio, mas que nós gostaríamos de replicar noutras zonas da cidade, sim", concluiu Rui Moreira.