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Ativistas e cientistas cruzam conservação da natureza e ecologia no Fórum do Futuro

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A edição de 2019 do Fórum do Futuro, que começa já no fim de semana no Rivoli, vai abordar um conjunto de questões urgentes que refletem sobre a sobrevivência do próprio planeta, como a conservação da natureza e a ecologia. Convidados de diversas práticas e geografias, como Sônia Guajajara, Ernesto Neto, Fiesta Warinwa, Vivian Caccuri, Elizabeth A. Povinelli e Vandana Shiva, vão conversar e debater sobre temas como os novos processos de colonização mundiais, a subjugação de comunidades e povos ou a violência imposta aos seres do planeta.

Depois da inauguração no domingo - com Chimamanda Ngozi Adichie a abrir o capítulo sobre os múltiplos efeitos da primeira viagem de circum-navegação - um dos destaques do dia 4, segunda-feira, vai para a sessão das 21 horas com Sônia Guajajara, uma das mais proeminentes líderes indígenas e ativistas ambientais atuais, e com o artista Ernesto Neto, que tem vindo a focar-se na importância de um projeto de indigenização, que apresentarão "A Luta pelo Território e a Destruição da Amazónia". Moderada pela artista Rita Natálio, a sessão apontará o foco à destruição exponencial da floresta e das comunidades da Amazónia, bem como à necessidade de incluir vozes dos povos indígenas nos modelos de governação.

No dia seguinte, às 19 horas, a Diretora para as Políticas de Envolvimento da African Wildlife Foundation, Fiesta Warinwa, conversa com Filipa Ramos (editora da art-agenda, curadora da secção de cinema da Art Basel e também desta edição do Fórum do Futuro), apresentando abordagens inovadoras que envolvem investidores, responsáveis políticos e agências de desenvolvimento na criação de mecanismos que assegurem a proteção da biodiversidade em África.

Quarta-feira, dia 6, às 17 horas, Vivian Caccuri apresenta a palestra-performance "A Mão da Febre", que faz uso de uma peça musical que a própria compôs num órgão de tubos, a que se juntam desenhos, imagens históricas, vídeos, sons e a voz da artista para contar uma história semificcional sobre o regresso da febre-amarela à América do Sul, doença profundamente ligada às plantações de açúcar. No final, Caccuri conversa com Rita Castro Neves, artista visual, curadora e docente na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.

Já na quinta-feira, a antropóloga e realizadora Elizabeth A. Povinelli apresenta em "The Mermaids ou a Arte depois do Fim do Mundo" o trabalho que tem desenvolvido com o grupo de cinema indígena Karrabing Film Collective, de que é cofundadora, que questiona a forma como o Ocidente lida com a ideia de "fim". A sessão decorre a partir das 19 horas e tem moderação de Guilherme Blanc, diretor de Arte Contemporânea e Cinema da empresa municipal Ágora e também curador deste Fórum do Futuro.

No mesmo dia, mas às 21 horas, a cientista e ativista ambiental Vandana Shiva, considerada pela revista Time uma "heroína ecológica", parte da primeira vaga de colonização, iniciada com a descoberta da América, para falar sobre o que há de comum entre os projetos coloniais do passado e do presente. A conversa é moderada pelo escritor, pensador e crítico cultural Shumon Basar.

O Fórum do Futuro vai decorrer até 9 de novembro com sessões no Rivoli, Galeria Municipal, Palácio dos Correios, Casa da Música, Serralves e Cinema Trindade. Todas elas são de entrada livre, mediante levantamento de bilhetes nos locais e no dia de cada sessão.

A programação completa pode ser consultada AQUI.