Cultura

Artistas Mariana Caló e Francisco Queimadela escolhidos pelo júri para o Prémio Paulo Cunha e Silva

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O júri da primeira edição do Prémio de Arte Paulo Cunha e Silva, composto pelos curadores João Laia e Vicente Todolí e pelos artistas Meg Stuart e Julião Sarmento, revelou hoje a sua decisão. Após apreciação dos portefólios e das obras apresentadas na exposição homónima dos seis artistas finalistas - Christine Sun Kim; Jonathas de Andrade; June Crespo; Mariana Caló e Francisco Queimadela; Naufus Ramírez Figueroa; Olga Balema - os quatro jurados decidiram por unanimidade nomear Mariana Caló e Francisco Queimadela como vencedores.

Esta decisão será apresentada para deliberação do Executivo na próxima reunião de Câmara, marcada para 24 de julho. Ao vencedor será atribuído um prémio monetário no valor de 25.000 euros com o apoio da Fundação da Millennium bcp.

Relativamente à sua decisão, o júri escreveu a seguinte declaração:

"O primeiro Prémio Paulo Cunha e Silva foi atribuído por unanimidade a Mariana Caló (1984, Viana do Castelo, Portugal) e Francisco Queimadela (1985, Coimbra, Portugal). A dupla apresentou uma instalação imersiva, construída a partir de seis elementos de imagem em movimento e uma intrincada paisagem sonora dentro de uma estrutura arquitetónica e escultórica de grande escala. Na sua junção, estes elementos - as imagens, os sons e o espaço - criam um ambiente hipnotizante, que subtilmente aborda e questiona a nossa condição atual. A instalação combina na perfeição uma série de referências, que dão eco a diferentes cenários espaciais e temporais, como as cigarras japonesas, o processo de digitalização de uma publicação sobre escultura, as imagens captadas em lugares rurais do norte de Portugal e construções piramidais. Estes elementos produzem um sentido de interconectividade e harmonia entre as diferentes agências ativas no nosso planeta, assim como um sentido fluido e maleável de tempo. A obra enfatiza e encarna a constituição estratificada e composta do momento presente, tanto passado como futuro, material e simbólico, definido por escalas micro e macro, assim como a nossa posição ativa como editores de um mundo em mudança. É uma obra mágica, misteriosa e poética, cuja paradoxal fragilidade monumental projeta um espaço de liberdade humanista. Ao proporcionar um momento de sublime contemplação e, ao mesmo tempo, representar um estado de alerta, Caló e Queimadela são capazes de contrariar a tendência de uma vida contemporânea dominada por regimes de interpretação abstratos e altamente controlados, o que nos levou a atribuir o prémio a esta dupla." - Vicent Todolí, Meg Stuart, Julião Sarmento e João Laia.

Mariana Caló e Francisco Queimadela trabalham como dupla desde 2010 e atualmente vivem e desenvolvem a sua prática artística no Porto, intersetando ambientes instalativos e site-specific, mas também o desenho, a pintura, a fotografia e a escultura. Para a exposição "Prémio Paulo Cunha e Silva", que está presente na Galeria Municipal do Porto até 19 de agosto, a dupla desenvolveu a instalação intitulada "ANIMAL VEGETAL MINERAL".

A segunda edição do Prémio Paulo Cunha e Silva inicia-se em 2019 e terá como elementos do júri John Akomfrah, Isabel Lewis, Margarida Mendes e Shumon Basar.