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António Costa defende no Porto que ler é liberdade

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O Primeiro Ministro esteve hoje na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, no Porto, para a apresentação do Plano Nacional de Leitura 2017-2027, e fez o elogio do livro em toda a sua plenitude, argumentando que "ler é sinónimo de liberdade: liberdade de ler, de escrever, mas também de adquirir conhecimento e de aceder à cidadania".

Perante um auditório cheio, António Costa refutou a máxima "o silêncio é de ouro" e contrapôs a peça teatral de Augusto Abelaira "A palavra é d'oiro", para falar em liberdade de expressão enquanto significado da liberdade de um povo. E explicou nessa linha a importância de ter escolhido esta data para apresentar o Plano Nacional de Leitura (PNL 2027): "Mais do que por ser Dia Mundial do Livro, o que seria lógico, é porque estamos a dois dias de celebrar o 25 de abril". Ora, "ler é sinónimo de liberdade" e o governante apontou que "a cidadania exige a compreensão da complexidade", a qual - na sua perspetiva - apenas se consegue com a ajuda da leitura.

Nesse sentido, o chefe do Governo recordou a melhoria substancial da posição de Portugal no programa internacional PISA de avaliação de alunos desde que foi lançado o Plano Nacional de Leitura e declarou que, tendo este começado por ter como objetivo a melhoria da literacia na escola, assume hoje uma importância transversal à sociedade portuguesa.

"É uma obrigação do Estado apoiar a leitura. Não é dizer o que se deve ler, mas dizer que se deve ler", disse mesmo a nova coordenadora do PNL, Teresa Calçada, a filósofa que desde há 35 anos está ligada às políticas do Livro, da leitura e das bibliotecas.

Teresa Calçada, para quem foi significativo o facto de o Primeiro Ministro estar presente na sessão e acompanhado pelos ministros da Cultura e da Educação, além de secretários de Estados e outros responsáveis públicos, expôs as linhas mestras do PNL 2027, que tem precisamente uma lógica de articulação entre vários ministérios e destes com as autarquias, ao mesmo tempo que pretende "aproximar a literatura das artes, das ciências e das tecnologias".

O PNL - que o presidente da Câmara do Porto apontou como "instrumento fundamental para a concretização dos princípios de uma sociedade", regozijando-se por ver "a promoção da cultura e da leitura assumida como prioridade política" - tem por orientação genérica promover as competências e os hábitos de leitura dos portugueses e desenvolver em todos o gosto e o prazer de ler.

Para tal, o novo PNL 2027 assenta numa política interministerial, com uma aposta clara na literacia científica, artística e digital e na interação com outras esferas de conhecimento e da cultura, privilegiando sempre a abordagem inclusiva das práticas de leitura. Tem como primeira linha orientadora a criação de um vasto compromisso social em torno da promoção da leitura como prioridade política, tendo em vista o desenvolvimento da literacia e o reforço dos hábitos de leitura na população.