Educação

A Universidade do Missouri visita a Câmara do Porto

  • Notícia

    Notícia

O que chocou Michael Baum quando foi nomeado em 2014 para ser administrador da Fundação Luso-americana para o Desenvolvimento - FLAD foi o número de alunos a estudar em Portugal: no país inteiro eram pouco mais de 200, enquanto, por exemplo, em Espanha eram 28 mil por ano. Por isso, desenvolveu o projeto "Study in Portugal Network" para mostrar que Portugal é claramente um polo de atração para os norte-americanos, seja em termos de segurança, custo, aulas ensinadas em inglês, ou a boa recetividade para com os estrangeiros.

Esta manhã, uma comitiva de Professores e alunos norte-americanos, da Universidade do Missouri - cidade do Kansas, visitou os Paços do Concelho onde foram recebidos pelo presidente Rui Moreira que lhes deu a conhecer aspetos importantes acerca de Portugal, em geral, e do Porto, em particular.

Presente na comitiva estava ainda o antigo embaixador dos EUA em Portugal, Allan J. Katz e Michael Baum, Administrador da Fundação Luso-Americana e diretor do programa "Study in Portugal", um projeto da Fundação, baseado em Lisboa.

Antes do encontro com Rui Moreira, professores e alunos desfrutaram de uma visita guiada às instalações da Câmara do Porto.

O projeto "Study in Portugal Network - SiPN" foi criado em 2014, mas começou apenas a receber alunos em 2015. Começou com 4 universidades de Lisboa, "não porque a ideia fosse fixar-se em Lisboa", mas porque "era preciso testar o conceito", conforme adiantou Michael Baum.

"O projeto tem crescido imenso, começou em 2015, tivemos 28 alunos naquele primeiro ano e no ano passado tivemos 340. Acredito que o problema inicial era o marketing e a necessidade de mostrar aos alunos que não têm necessariamente que ser fluentes em português para vir estudar para Portugal. No verão, temos o programa que é acolhido pela Universidade dos Açores, em Ponta Delgada e estamos com grande desejo de expandir aqui ao Porto, proximamente. Já tivemos reuniões com Universidades do Porto, Politécnico do Porto e Universidade Católica do Porto e estávamos preparados para assinar o protocolo e ir em frente. Este processo decorreu em março de 2018 e o nosso mandato como Administradores acaba em breve. Mas o nosso presidente achou que era precipitado fazer essa expansão antes da nova equipa administrativa da FLAD iniciar funções e decidir o que quer fazer com o projeto, por isso este protocolo ainda não avançou."

Os alunos vêm de toda a parte nos Estados Unidos da América para frequentarem quatro tipos de oferta e de programas diferentes. A Universidade do Missouri - Kansas City está a participar num programa de curta duração, que pode ir de uma semana até sete semanas, com foco numa temática de interesse do docente que organiza o programa, na área das artes, da economia, do empreendedorismo, em história e na literatura. Estes programas são denominados de "Faculty-led programes" porque são os docentes daquela universidade que contactam a FLAD com o tema de interesse.

A Fundação avança, então, com os contatos necessários. "É a nossa missão criar essas pontes e tentar ver a ideia dos programas e por Portugal no radar to "Study Abroad" dos Estados unidos, explica o Administrador da FLAD.

"Realizo imensas visitas em Universidades nos Estados Unidos, são uma espécie de Road Show, e depois é uma espécie de advocacia "word-to mouth" e a estratégia é também promover este tipo de programas de visita curta a Portugal, por parte de alunos provenientes de escolas que tipicamente não conhecem Portugal para que depois possam voltar aos Estados Unidos e dizer maravilhas acerca de Portugal, e logo a seguir temos mais alunos daquela escola interessados em conhecer ou estudar em Portugal, tanto neste programa de "Study Abroad in Portugal" ou através de programas em que os alunos vêm para Portugal por um semestre ou um ano académico, não para tirar um grau, mas para tirar créditos nas universidades onde estudam. A grande diferença do SiPN em relação a outros programas desta natureza é que ao invés de irem para uma escola e só frequentarem disciplinas dessa faculdade, neste programa "Study in Portugal Network" têm a possibilidade de escolherem as cadeiras que querem fazer ao mesmo tempo nas quatro universidades do consórcio, o que aumenta o número de cadeiras lecionadas em inglês, enquanto têm a cadeira de Introdução ao Português, por exemplo."

Cada aluno americano que venha estudar para Portugal vem com um programa de créditos académicos pré-aprovados. Para além disso, a FLAD paga às universidades as propinas do aluno internacional que é um valor quatro vezes superior às universidades nacionais.

"As universidades estão contentes com esta situação. Ainda assim, esta não é uma situação de donativo pois os alunos pagam para vir estudar em Portugal, mas esse valor é muito mais baixo do que as companhias privadas que promovem programas deste tipo. Como a fundação Luso-americana é um verdadeiro "Not for Profit", este programa é o único que não custa um tostão à dotação da Fundação", concluiu Michael Baum.

A comitiva norte-americana parte para os Estados Unidos na próxima quarta-feira, dia 16 de janeiro.