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1300 portuenses abrem a porta à recolha seletiva

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"Obrigado por ter aberto a porta à reciclagem!" É esta a mensagem que uma equipa da empresa municipal Porto Ambiente anda a transmitir aos moradores numa das ruas envolventes a Serralves abrangida pela recolha seletiva porta-a-porta residencial.

Graças à adesão de 1300 residentes, foi possível encaminhar 275 toneladas de resíduos para reciclagem, o que representa 67% da totalidade da recolha.

"Viemos, de certa maneira, dar os parabéns a todos aqueles que são os aderentes e que têm contribuído para aumentar a taxa de reciclagem. Este projeto do porta-a-porta recicla hoje 67% dos seus resíduos, o que é um número extraordinário, muito próximo de uma reciclagem quase total, porque há, de facto, uma fração que não é possível reciclar", explicou Filipe Araújo, vice -presidente da Câmara do Porto e responsável pelo pelouro do Ambiente, que acompanhou a ação de rua da empresa municipal Porto Ambiente.

O projeto foi implementado há quase um ano nas zonas das Uniões de Freguesia de Lordelo do Ouro e Massarelos, Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, e da Freguesia de Ramalde. O porta-a-porta residencial no setor de casas unifamiliares insere-se na estratégia de aumento da separação seletiva de resíduos no Porto, sendo que é o primeiro que inclui a separação e recolha da fração orgânica residencial, que se soma à recolha de orgânicos não residenciais já existente na cidade.

Aos moradores e como forma do reconhecimento do seu contributo e incentivo a futuras adesões, a equipa de rua oferece duas embalagens com um composto orgânico, 100% natural - Nutrimais - e que foi produzido pela Lipor, parceira da iniciativa, como resultado final dos resíduos recolhidos.
A equipa irá continuar a ação durante os próximos dias. 

"Aquilo que estivemos a demonstrar é o fim do ciclo da economia circular, que acaba num composto que agora é reintroduzido nos terrenos, hortas ou nas plantas de casa", referiu Filipe Araújo, salientando que a separação correta que tem sido efetuada permite a produção de um composto com padrões de qualidade compatíveis com o uso na agricultura biológica.

Cada casa abrangida recebeu equipamentos para recolha dedicada (papel/cartão, plástico/metal, vidro, orgânicos e indiferenciados) e informação detalhada sobre a separação de resíduos, periodicidade da recolha, procedimentos de deposição, bem como sobre as mais-valias deste sistema.

"Já tinha o lixo separado e isto veio-nos facilitar muito a vida", disse Glória Brandão, moradora daquela rua e adepta da compostagem caseira, referindo que os contentores entregues pela empresa municipal facilitam bastante na separação dos resíduos. "As coisas do jardim já são mais fáceis de eliminar, os vidros ainda melhor, a divisão é mais fácil com os caixotes de lixo grandes", afirmou.

Para além dos ganhos ambientais, o projeto, desenvolvido em colaboração com a associação intermunicipal Lipor, engloba uma vertente social com parte do valor dos resultados obtidos a reverter para a Somos Nós - Associação para Autonomia e Integração de Jovens Deficientes.

No Município do Porto, a responsabilidade da gestão de resíduos é da empresa municipal Porto Ambiente, que pretende otimizar, melhorar e potenciar a reciclagem no concelho, de forma a alcançar os objetivos e metas definidas no Plano de Ação do Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos (PAPERSU) para o ano de 2020.